Body neutrality: viva bem com quem você realmente é!

Quando foi a primeira vez que você se sentiu insatisfeita com o seu corpo? Provavelmente, quando era pré-adolescente, acertamos? Talvez, essa seja a história da maioria de nós, já que 67% das jovens entre 10 e 20 anos não se sentem confortáveis com o que são, como aponta levantamento feito pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. 

O problema são as coisas que fazemos quando não aceitamos o nosso corpo, como pular refeições, entrar em dietas nada saudáveis e até mesmo usar comprimidos que se dizem milagrosos, quando na verdade estão prejudicando o nosso bem-estar. Encontrar formas de nos amar não é fácil, mas existem vários caminhos que podem nos ajudar, e um deles é o body neutrality. 

Desde já, queremos te dizer que não existem fórmulas mágicas para conquistar a autoestima, até mesmo porque esse é um processo individual e que deve ser feito no tempo de cada uma. Entretanto, conhecer movimentos pode ser uma ajudinha para que você se olhe com mais amor e carinho. Continue a leitura e saiba mais!

O que é body neutrality?

O ano era 2015, quando algumas pessoas (especialmente blogueiras) começaram a usar a hashtag #bodyneutrality. Entretanto, o conceito só cresceu após a terapeuta estadunidense Anne Poirier palestrar em uma clínica para pessoas com distúrbios alimentares. 

Provavelmente, você já deve ter ouvido falar de outros movimentos relacionados ao corpo, mas, este em particular, tem a ver com um olhar muito além da estética. A ideia, em resumo, é ver o seu corpo como a estrutura que permite você fazer absolutamente tudo e respeitá-lo por isso. 

Em uma era de internet e redes sociais, onde imagens são tratadas constantemente distorcendo a realidade, o body neutrality ensina que muito mais que a beleza, o importante é focar menos na aparência do corpo, e mais a tudo que você vive com ele. 

O movimento ajuda a gente a entender que nem todos os dias você vai amar o seu corpo, e está tudo bem! Mas que, nesses momentos, é importante não alimentar ódio ou paranoias, e apenas seguir com a sua vida, respeitando a sua estrutura e tratar-se com carinho.

A neutralidade corporal é uma forma de trabalhar o amor-próprio.

Quantas vezes não paramos em frente ao espelho para encontrar aspectos que não estão de acordo com a beleza padrão? Sem dúvidas, muitas. Já a questão que o body neutrality deixa é: quantas vezes você já refletiu sobre como o seu corpo permite você se exercitar, trabalhar, estudar, abraçar ou fazer carinho no seu pet? Talvez, poucas. 

Conquistar autoestima e sentir-se segura de si é o desejo de muitas mulheres e, como já dissemos, essa tarefa não é fácil e depende de muitos aspectos, inclusive sociais e psicológicos. Entretanto, começar a praticar o hábito diário de respeitar o seu corpo já é um primeiro passo. 

Body neutrality ou body positive?

É muito provável que você tenha ouvido falar de body positive, o movimento que deslanchou em 2012 com a mensagem de que todos os corpos, independentemente do formato, são lindos e que a beleza fora do padrão deve ser levada em consideração.  

O movimento body positive ainda está focado em estética e no corpo em si, enquanto o body neutrality procura olhar para um prisma em que o que importa são as experiências que vivenciamos nessa pele, como já explicamos. 

Dessa forma, a ideia é gastar menos energia se preocupando e pensando sobre a aparência física e trazer a sua consciência para a gama de coisas que o seu corpo pode fazer por você. 

Ainda com dúvidas? Dá uma olhadinha na tabela que preparamos para você compreender as principais diferenças entre os dois movimentos.

A neutralidade corporal visa focar nas coisas que você pode sentir com seu corpo.

Quais os benefícios do body neutrality?

Você já entendeu o conceito de body neutrality e qual as diferenças entre ele e o movimento body positive. Agora, chegou a vez de conhecer como essa forma de se olhar pode te ajudar:

• Evitar a positividade tóxica.

• Construir um caminho de autoaceitação mais fácil.

• Aumentar a consciência sobre si mesma.

• Respeitar o corpo e entender as necessidades dele.

• Compreender que é normal não se sentir bem consigo mesma o tempo todo sem sentir culpa.

Body neutrality: como praticar?

Antes de tudo, é sempre importante lembrar que qualquer movimento que você queira seguir deve ser feito dentro do seu próprio tempo, sem comparações com o desenvolvimento dos outros. Como explicamos, construir autoaceitação é um caminho complexo e que depende de muitas questões que dizem apenas respeito a você. 

Entretanto, se você se identificou com o body neutrality e quer experimentar, temos algumas dicas de como começar. 

1. Escreva os seus pensamentos

Escrever é uma prática maravilhosa e, a verdade, é que ela pode nos ajudar muito mais do que imaginamos. Adquirir um caderninho para anotar os pensamentos, positivos ou negativos, é uma forma de olhar de fora para os seus próprios sentimentos. 

Por exemplo, imagina que hoje você não está confortável com o seu corpo. Escreva e leia em seguida. Reflita o motivo de se sentir assim, analise as raízes dessa sensação e pense o que poderia fazer para que, com respeito, você possa se sentir melhor. 

Escrever coisas positivas também importa! É uma forma de reler boas memórias e se ajudar nos dias mais difíceis. 

2. Faça da moda a sua aliada

A moda é uma forma de expressão incrível, não é mesmo? Por meio dela, protegemos o nosso corpo, mostramos ao mundo quem somos e experimentamos diferentes tecidos, cores e texturas em nossa pele. 

Para que o processo de vestir-se seja divertido e alegre, é importante que ele faça sentido para você. Quantas vezes nos prendemos em regras ultrapassadas por vergonha de sermos quem realmente somos? Quantas mulheres deixam de usar determinadas peças porque acreditam que os seus corpos não se encaixam?

A verdade é que, isso sim, está fora de moda! Você deve usar aquilo que gosta, te faz sentir bem e confortável, sem se apegar à ideia de que existem roupas para cada tipo de estrutura corporal.

O seu corpo é livre para explorar o seu estilo pessoal.

3. Evite consumir conteúdos que te despertem desconforto

Por vezes, as redes sociais podem criar bastante desconforto e distorcer a forma como enxergamos os corpos. Quando você é cercada de conteúdo sobre mulheres magras, com corpos esculturais e que se encaixam exatamente no padrão de beleza, fica difícil desconstruir essa imagem. 

A dica de ouro é rever se vale a pena continuar a consumir esse tipo de postagem. O quanto ela é próxima da sua realidade ou gera identificação? Para você, faz sentido esse tipo de assunto? Se as respostas forem não, talvez seja a hora de clicar no botão “deixar de seguir”. 

E então? O que achou do body neutrality? Se você se identificou, dê um passo de cada vez, pesquise mais sobre o assunto e troque informações com as suas amigas! A busca por conteúdos sobre o tema pode te ajudar a ver o que se adequa melhor. 

Se você gostou deste post, não deixe de compartilhar com outras mulheres e, claro, de se cadastrar na nossa newsletter para receber novidades.